Redução de custos na importação

A corrente de comércio internacional tem pleno crescimento ano após ano, no Brasil desde janeiro até outubro desde ano, houve um aumento de 21% nas trocas comerciais quando comparado ao mesmo período de 2021. É um cenário que indica que estamos mais participativos no comércio internacional, porém os desafios não têm sido fáceis: dólar e euro em um patamar acima de R$ 5,00 há anos, gargalos logísticos como falta de espaço em navios e falta de containers, alto custo do barril do petróleo, e mais recentemente o alto custo na energia que assombra a indústria Europeia ocidental, por conta do corte no fornecimento de gás por parte da Rússia. Todos estes problemas acarretam direta ou indiretamente no valor da mercadoria, e no processo de importação como um todo.

Neste artigo, exploraremos através de três tópicos, sugestões e ideias que possam auxiliar os importadores a reduzirem os custos envolvidos em suas importações.

Custos logísticos 

Para reduzir os custos com frete, o primeiro passo é definir o modal de transporte. 

O tamanho da carga, a urgência, valor da mercadoria, são os indicativos que irão apontar o melhor modal de transporte. Caso seja uma carga pequena e cara, embarcar via aéreo é uma ótima opção, caso seja uma carga de tamanho médio, que não chegue a ocupar todo o espaço de um container, o ideal é buscar agentes de cargas que ofereçam serviço de consolidação, isto é, dividir o container com mais de um embarcador, assim o valor do frete é dividido com todos os importadores que possuem cargas no container. Os agentes de cargas possuem consolidadas com rotas fixas e frequências semanais de várias partes do globo para o Brasil.

É possível também buscar acordos comerciais com os terminais alfandegados onde a carga ficará armazenada, e analisar se é vantajoso transferir a carga para um terminal secundário, pois os custos nestes de forma geral acabam sendo menores do que um terminal primário. 

Uma logística inteligente e que visa redução de custos também deve ficar muito atento ao free time, que é o prazo que o importador possui para ficar em posse do container. É um custo totalmente desnecessário, então um acompanhamento frequente sobre o status de onde estão os equipamentos, e quando podem ser devolvidos ao armador, é de extrema importância.

É importante buscar parceiros confiáveis, e sempre estar de olho para se certificar que este parceiro está lhe passando um valor dentro da realidade do mercado.

Taxas de câmbio

Para realizar o pagamento da mercadoria ao exportador, é necessário efetuar um contrato de câmbio. Há bancos e corretoras de câmbio que oferecem este serviço, porém esta segunda é uma empresa especializada, constituída com o propósito principal de efetuar a compra e moeda de venda estrangeira. Por mais que o banco tenha um departamento dedicado a este serviço, sua cesta de serviço é muito maior, podendo muitas vezes não ofertar valores tão competitivos e um serviço tão especializado como as corretoras.

Benefícios fiscais

Uma forma de reduzir impostos na importação seria através dos benefícios fiscais, que são um conjunto de medidas que visam reduzir ou isentar determinados tributos. 

Na esfera federal, o importador pode buscar redução nos impostos por meio do regime Drawback e Ex-tarifário, porém são processos complexos, necessitam que a carga e a operação se enquadrem nos requisitos dos regimes.

Já na esfera estadual, muitos estados oferecem redução na alíquota do ICMS caso a empresa e o produto se enquadre em determinados requisitos, são diversos estados e com vários programas, cabe ao importador pesquisar se o seu estado possui benefícios e qual a melhor forma de usufruir deles. Em Santa Catarina, por exemplo, existe o Tratamento Tributário Diferenciado (TTD).

Importadores que buscam redução de custos na importação não só se tornarem mais competitivos no mercado, mas também auxiliam para que o consumidor final não encontre um produto inflacionado nas prateleiras.